Ainda não se viam, mas os olhos procuravam como que hipnotizados. Olhos não se cansam de ver. Já passaram muito tempo separados, então, mais do que justo procurarem um ao outro e se encontrarem pra dar cabo à saudade que ainda queima no peito. Nem importa muito quanto tempo passou. É certo que seja um dia ou dois, muitos meses ou poucos anos, aos amantes cabe sua parte da falta que o outro fez e o desejo de reencontrar.


Quem observa não sabe quem chega ou quem recebe na hora do reencontro. Jogam-se um aos braços do outro e giram, se beijam. Estão felizes, mesmo chorando. Chora-se tudo o que não se chorou na ausência. É preciso que o outro veja quanta falta lhe fez e repetem incansavelmente “senti sua falta, estava com saudade” entre um beijo, um olhar e um sorriso.

Outros não querem parar de se olhar; não precisam procurar já que estão ali mesmo juntos. O problema está no soltar, no deixar ir, não importando se por um dia ou dois, muitos meses ou poucos anos, onde aos amantes caberá a parte da falta que o outro fará, de um reencontro cheio de saudade certa, com data marcada pra acabar – ou não. Não querem parar de se olhar. Quando a vista não mais alcançar, ficará apenas a lembrança.
Quem observa não sabe quem vai ou quem fica.

Autor: Marcos Lemos.

1 comentários:

Josy disse...

Gostei muito!

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