Talk to me softly
Cause my ears are not prepared
To hear what yours eyes are saying
There's something in your eyes
something that I've seen before
something that I've felt before
Don't hang your head in sorrow
Even if I've said it before
Even if I've looked at you before

And please don't cry
After all we both know you don't want to
Even if I cry
I know how you feel inside
Cause I have feelings too,
Even if you don't care about it.


I've been there before
I've seen that before
I've felt that before

Somethings changing inside you
But It's not a excuse to hurt me
At least, It's not a excuse for you to try to hurt me


And don't you know
I've never loved you,
I've never think about it
And for that, I am so sorry.
Não era nada fora do comum. Eu fiz três tatuagens. E acordei pensando nas tatuagens.

Devia ter pensado melhor nas tatuagens antes fazê-las.

E não adianta mais dizer aos outros que não me sinto só. Nem eu mesmo acredito nessas bobagens.

E se as tatuagens tivessem nome, duas delas, certamente estariam apagadas, mas haveria sempre aquela outra, aquela que, por sorte (ou azar, já que não faz sentido) ficaria gravada em minha pele.

E enquanto procurava por aquele DVD perdido em minha casa, aquele vídeo com os tais moços cantando, aquele vídeo que ganhei do signo - imagem mental, e apenas mental, da coisa cujo significado tem seu nome - começo a pensar nas letras tantas que já escrevi e tantas besteiras que já disse.

As tatuagens que coloquei em meu sonho foram, todas três, reais. E quando acordei e me coloquei a pensar na carta que escrevi, ouvindo aqueles moços do DVD, e que talvez te faça pensar que quero te tatuar novamente em meu corpo.

Mas não se tatua a mesma coisa duas vezes

E, quem sabe (se não for muito pragmatismo, muito egoísmo; se não for mesmo muita auto-promoção), se a tatuagem mal feita em meu corpo - ainda que profunda - estragar a carreira da artista ?

E fico a olhar para o envelope verde (cheio de palavras sem sentido, escritas ao som dos tais moços) pensando que talvez fosse melhor não ter tatuado nada. Então olho novamente a tatuagem e sorrio um sorriso de quem sabe que uma marca, por mais dolorida que seja, é sempre uma dor querida.
O que você quer eu não posso dizer.
E quando você pensa em dizer eu desisto de ouvir.

O que você acha que quer, mas não quer insistir?

Todos os dias eu vou e volto até a estrada e descubro que a noite é igual.
Como eu. E não me peça para mudar. Demorei para me engessar.

O que você esperava de alguém que já não espera nada?

O que você de mim quer eu não quero nem pensar.
E se o penar é alto demais, adeus. Não é assim tão difícil dizer.
Já não penso em precipício, me jogar com alguém, nem em piscina de bolinha...

Mas não me pensa nem insista.
O que você quer eu não posso dizer.

E quando ouço alguém dizendo o mesmo me parece fantasia.

Algo como um Sol que se põe ao longe, num filme. Bonito de ver, difícil de acreditar.
O preço que me cobra é alto demais.

E eu sou baixo demais.
A noite é longa minha amiga.
A noite é longa e és minha amiga.
Esqueças as bobagens que te disse.
Esqueças os poemas que te escrevi.

A noite é longa e minha amiga.
Ainda há tempo para descobrires.
As palavras que engoli em vão.
As palavras que engoli para ter razão.

A noite é dia hoje.
"A lua é mais benigna que o Sol;
alumia mas não brasa"
E hoje, a noite terá fogo.

É noite, minha amiga.
Esqueça o que te disse enquanto era dia.
É noite, minha amiga.
Esqueça o que sonhaste enquanto dormia.

É noite.
Se for falar de tristeza não pense em lágrimas
se for escrever poesia de entristecer não molhe palavras
se for ouvir música que esconde o sol não veja as nuvens.

Porque não é ali que reside tudo aquilo que é triste,
não é ali que a alma suspira e olha para cima,
procurando a alma d'alma.

Não é no rosto deprimido de um não que reside a dor,
mas na lembrança de tanto sim que passou.
Um papel enrolado, cheio de notícias escritas.
Um papel usado, cheio de notícias velhas.
Um pedacinho assim, que mais parece brinquedo.

Uma folha frágil, cheia de opinião inútil.
Uma folha volátil, cheia de paradoxos.
Um pedacinho assim, onde uma criança passa cola.

Uma série de palavras amontoadas, sem muito sentido.
Uma série de urgências acaloradas, sem muito espírito.
Um pedacinho assim, que vai enrolando num cesto.

A criança mostra a todo mundo:
palavras, notícias, urgências;
nada disso tem importância,
se não virar brinquedo depois.
Eu me sento e a luz da lua me ilumina.
Eu me sento e, para falar a verdade, já não há luz que ilumine.
Nem lua. Nem eu nenhum.

Eu me pego pensando nas coisas que fiz.
E concluo que nada fiz. Nada que mudasse o mundo.

Eu me sento e já não há mundo.
Me levanto e me lembro do mestre.

E lembro que a metafísica é apenas a consequência de estar mal disposto.
E me lembro da pequena comendo chocolates. Mas já não há pequenas, nem chocolates.

Uma boa lembrança seriam os chocolates. Um doce sentimento que derreteu.

Eu me sento e me pergunto:

Por onde andará a lua
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