Do livro que posso ganhar, só esperança.
Do livro que acabo de ganhar, ansiedade.
Do livro que leio, incógnita.
Do livro que li

do livro que li e não gostei,
do livro que li e reli e não gostei,
do livro que li, reli e emprestei e não gostei.

Dos livros todos que ganhei.
Dos tantos outros que busquei.
Dos livros que encontrei.

Do livro que li e não gostei.
Deste não restará de mim senão estilhaços.

Da doce esperança de ter havido nele uma dedicatória.
Uma síntese do rompante de coragem.

Do livro que li e não gostei, descobri:

Dedicatória não se pede.
 

3 comentários:

Unknown disse...

Dedicatórias são como beijos - que também deixei de pedir: queria tê-los, mas apenas se fossem realmente meus.

Andira Medeiros disse...

Dedicatórias, quando pedidas, perdem o significado. Livros, quando lidos, devem ser repassados. Tolo aquele que se apega aos objetos e não às palavras.

Adorei a poesia, obrigada pela citação.

Camila S. disse...

Dedicatória não se pede, muito menos apreciação. Portanto, dedico este comentário à apreciação deste belo poema.

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