Faz meia hora que a deixei. Ainda sinto em minha coxa o peso de sua mão. Mão que me afaga enquanto dirijo.

É o que chamam saudade.

Every time that I look in the mirror
All these lines on my face getting clearer.
The past is gone,
It went by like dusk to dawn.
Isn't that the way
Everybody's got their dues in life to pay


Yeah, I know nobody knows
Where it comes and where it goes.
I know it's everybody's sin
You got to lose to know how to win

Faz meia hora que a deixei. Na casa dela, junto com o sorriso. Faz meia hora que a deixei. Falta uma hora para ligar para ela.

E não sei o que sentir. Ela ainda menos. Faz meia hora que a deixei.

E prometi ensiná-la que não é apenas o mar que permite olhares com o infinito como horizonte. Como prometi a mim mesmo não fazer este tipo de promessas.

Faz meia hora que a deixei. E duas horas que penso nas promessas.

Esta mulher cabe em meus olhos, remota. Como a de Neruda.

Mas meus olhos ainda vêem quando a enxergo.

E permito a mim mesmo um cair de lágrimas. Como aquele que causei inda há pouco, dias atrás. Não é a mulher que é remota, é minh'alma que desistiu de se aquecer.

4 comentários:

Camila S. disse...

30 minutos, 24 horas, 365 dias... o mar nunca seca. Pena que só ele.

Andira Medeiros disse...

Gosto de todo e qualquer poema que remete ao mestre Neruda.

[ rod ] ® disse...

Seus escritos brutos viajam na imaginação e fazem este pseudo-escritor acreditar no que é possível. Ter o óbvio como um bom amigo e como inimigo do que se diz poeta. Abs.

Marianna Portela disse...

lindo, lindo.

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