É um desânimo frio. É uma uma lembrança dinâmica. É uma dor estática.
É uma estátua de ferro. E pés de aço. É um véu que toma o corpo.
É uma dúvida certa. E uma certa dúvida. É um crime pagão. Criminoso cristão.
É tudo e não é nada.
É crer onde não há crença. É a crença de não crer em nada. É sorrir chorando.
É chorar e não rir. É oposição e situação. É situação oposta ao que se diz.
É o inominável, o fim de partida. É literatura e é drama. É drama e não é teatro.
É tudo e não é nada.
É a lembrança que machuca. O machucado que faz lembrar. É o corpo estafado.
É falar e não ouvir. É não ouvir falar. É comer a própria fome. E sentir o ar.
É uma densa névoa, sem guerra. É uma guerra sem névoas. É tiro e paz.
É tudo e não é nada.